Ao pensarmos em uma liderança de alto desempenho, normalmente, temos em mente suas competências estratégias, técnicas e comunicativas. Contudo, costumamos esquecer que é fundamental ser um bom observador e um excelente ouvinte. Algumas empresas utilizam mecanismos para levantarem as impressões das equipes, o clima organizacional e as opiniões sobre os projetos e estratégias. Além das pesquisas de clima, as reuniões globais de ideação e o feedback 360 graus, é importante estabelecer momentos e rituais de escuta direta com cada colaborador.

Temos visto exemplos como:

  • café com CEO
  • rodadas de conversa
  • almoços informais e comemorativos
  • managemente by walking around (MBWA)
  • mentorias reversas

A lista de exemplos é muito maior e você pode desenvolver algo que seja adequado ao perfil de sua empresa e às características de sua equipe. Seja como for, vale ter mecanismos de escuta ativa, sem julgamentos ou críticas de sua parte. Ouvir é uma arte. Muitas vezes, sua equipe não dirá nada ou fará críticas ácidas e cabe a você lidar com suavidade e interesse verdadeiro, nos dois casos. Abrir espaço de interlocução para críticas, sugestões e co-criação pode ser a melhor fórmula para criar e aprofundar o engajamento de sua equipe.

Dicas:

  • Não espere momentos formais para ouvir sua equipe. Crie informais de escuta.
  • Mesmo quando a observação for absurda ou desprovida de conhecimento sobre o que realmente está acontecendo, ou ainda, se for um ataque pessoal, ouça e reflita. O que você está recebendo de informação e a forma como está sendo transmitida pode lhe dar ótimos insights para antecipar um possível problema, ampliar a informação estratégica ou tática, bem como gerenciar potenciais conflitos de relacionamento interno. Ouça, pense e aja de forma estratégica. Não leve as críticas para o lado pessoal. Tire o seu fígado de cena.
  • Cruze informações recebidas com os dados formais da organização: pesquisas de clima, dados de mercado, estratégias ou relatórios das consultorias.
  • Confronte as ideias e observações apresentadas por diferentes colaboradores. Algumas propostas, positivas ou negativas, podem ser visões individuais ou demandas coletivas.
  • Observe como as pessoas falam quando estão numa conversa informal, só com vc e como se manifestam nas reuniões com muitas pessoas.
  • Observe, sempre, o estado de humor das pessoas. Você gerencia pessoas com um lado racional, mas com emoções.
  • Tenha uma rotina constante de conversar com as pessoas. Pode ser um papo de 15 min ou uma subida no elevador, mas tenha a rotina intencional de conversar com todos, regularmente. É importante que a rotina não seja óbvia para a equipe. Se for, você perderá a naturalidade e o calor do momento da empresa.
  • Vá sozinho para essas conversas. É um papo face a face, um a um. Levar equipes com você pode intimidar o colaborador.
  • Converse com todos que se reportam diretamente a você.
  • Dê tempos similares para cada um de seus colaboradores diretos, para não demonstrar preferências.
  • Não precisa ter pressa e tentar falar com todos no mesmo dia ou semana. É um trabalho continuado.
  • Peça sugestões e, até mesmo, críticas.
  • Tente reconhecer as boas ideias. Caso as implante, dê os créditos a quem sugeriu a proposta original. Valorizar a equipe é fundamental.
  • Se lhe fizerem uma pergunta que você não saiba ou não possa responder naquele momento, volte depois para dar uma resposta efetiva. Não deixe perguntas ou sugestões sem resposta ou encaminhamento.
  • Lembre-se de que não é hora de você dar feedback. Essa tarefa é de escuta. Se tiver algum feedback a dar ou perceber alguma atitude que mereça ajuste ou correção, anote e faça em momento próprio para isso.

Seja um bom ouvinte. O engajamento de sua equipe aumentará de forma impactante.